O capitão donatário da Bahia, Francisco Pereira Coutinho, chegou a colônia no ano de 1536, desembarcando com alguns colonos e estabelecendo-se em algumas casas na região da Ponta do Padrão (localizado onde hoje é o farol da Barra). A medida que a relação com os indígenas se tornou possível, graças a intermediação e receptividade de Diogo Álvares Correia - Caramuru -, o donatário tratou de doar sesmarias a alguns dos colonos que o acompanhou. Essas terras foram doadas onde melhor poderia ser o plantio da cana de açúcar, distantes da ponta do padrão, esses primeiros colonos se estabeleceram na região do subúrbio da nossa cidade onde hoje é o bairro de Pirajá, Paripe, chegando também as regiões do recôncavo.
Nesse primeiro momento de ocupação, as localidades suburbanas da cidade do Salvador se constituíram por pequenos povoados de habitações esparsas e algumas roças de mantimentos. Estavam ocupadas as áreas suburbanas de Pirajá e Paripe. A primeira, tinha como sesmeiro João de Velosa em 1542, que construiu um dos primeiros engenhos da Bahia, porém não possui indícios sobre a produção de açúcar na localidade. A segunda localidade, tinha como sesmeiro Afonso de Torres que também assume as terras em 1542.
O fim da capitania da Bahia se deu em meados de 1545, onde os indígenas indignados com os atentados e a opressão realizada pelos colonos bloquearam qualquer passagem para agua e alimentos na vila do Pereira, o que forçou a migração do capitão donatário e os colonos da Bahia para a capitania de Porto Seguro. Após um ano de estadia em Porto Seguro e sob ameaças de perder as terras, resolve o donatário voltar para tentar retomar o projeto de colonização, porém por conta de um naufrágio próximo a ilha de Itaparica, seguido de um ritual antropofágico realizado pelos índios Tupinambás da localidade, encontraram o seu fim todos os colonos e o capitão donatário, somente Caramuru, europeu que muito antes dos donatários já vivia na Bahia entre os indígenas, sobreviveu. Dos nove anos do regime de Capitanias, em meio a constantes conflitos Inter étnicos, somente dois engenhos foram iniciados, um deles na localidade de Pirajá.
Nesse mapa é possível ver que desde as primeiras ocupações de portugueses na Bahia, as áreas do litoral foram as primeiras a serem ocupadas para apoio e produção de açúcar para atender ao mercado europeu.
Fonte: Cartograma Histórico da “conquista”, desenhados por J. Wasth Rodrigues apud PINHO, 1982, pág. 10.